processo seletivo
proposta de redação
TEXTOS MOTIVADORES
Texto I
O que é a cultura do cancelamento na sociedade?
“O que é passível de uma punição em uma sociedade não é na outra”, conta. Isso, conforme políticas públicas que definem o que é crime ou não, que depende da criação de uma lei, a necessidade de ser votada para ser aprovada, muitas vezes alterando a constituição. Fora disso, o profissional afirma que existe uma série de mobilizações que anseiam por coisas diferentes, buscam por leis diferentes e proteções que estão dentro de um espaço público, que estão abertas e em discussão.
“A cultura do cancelamento se difere dessas outras manifestações políticas porque ela se dá em um ambiente privado, na conversa com uma rede social que é privada e que, apesar de ter um caráter público no sentido de que as pessoas estão em um espaço público, o cancelamento das pessoas como um banimento se dá no sentido de uma conta, um serviço, de uma funcionalidade — muito mais no ambiente privado de quem está se mobilizando”, conta.
Portanto, Diogo Soares, bacharel em ciências sociais pela USP e gerente de projetos na área digital e redes sociais há mais de 10 anos, diz que as pessoas, dentro desse espaço e como indivíduos, são as que definem o que é certo e o que é errado, sem que uma lei ou instituição esteja organizando isso. “Eu te cancelo e eu tenho o poder de fazer isso e eu vou chamar outras pessoas para fazerem a mesma coisa. Então, o que era passível de ter uma discussão pública acaba construindo outras formas privadas de uma cultura que pode dar muito errado, muito rápido”, completa o bacharel, dizendo ainda que isso gera outras culturas mais severas, como a do apedrejamento e do linchamento, de que existe um poder nas mãos que será usado livremente.
Todos os passos dessa forma mais agressiva de cultura, para o entrevistado, vão contra uma estruturação de nossa sociedade que preza pela educação das pessoas, pelas suas mudanças e pelas formas de construção mais sensíveis e menos autoritárias. “É um mundo muito mais complexo que vem sendo nivelado por baixo, em uma espécie de movimentação que não passa por questões de valores, mas sim perseguições e outros tipos de sentimento que são muito individualistas”, completa.
A tendência não é só dos mais jovens
Cultura do cancelamento é um tema que já chegou a ser debatido até mesmo pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, “O mundo está uma bagunça, existem ambiguidades”, disse. “Pessoas que realmente fazem coisas boas têm falhas. Pessoas com quem você está lutando podem amar seus filhos e compartilhar algumas coisas com você”, apontou Obama em entrevista realizada no ano passado, se referindo aos mais jovens.
Os adolescentes dominam a internet e não há como negar. Consequentemente, eles são os que mais estão envolvidos na cultura do cancelamento, fazendo críticas constantes sobre o que eles julgam como certo ou errado, seja mostrando o rosto ou atrás de perfis falsos. Porém, para Diogo, essa tendência não pertence somente a eles.
“O que estamos vendo é uma coisa muito mais propagada, que pode ser que tenha mais foco nos jovens, mas acontece em níveis menores e com menos repercussão entre os mais velhos em meio a um ambiente político-partidário, ambientes de setores e tudo mais. Existe um certo tipo de mobilização social que age de maneira privada, que acontece de uma maneira que não se mobiliza socialmente no espaço público, e acha essas trincheiras de uma maneira precária, mas com muita força. Não visa uma reconstrução, mas sim uma chamada para a paralisação, no caso o cancelamento”, explica Diogo. (retirado de canaltech)
Texto II
O termo apareceu em 2017, com a repercussão do movimento MeToo. Popularizado na forma de uma hashtag nas redes sociais com denúncias de assédio sexual em Hollywood, logo se tornou uma maneira de divulgar abusos sofridos por mulheres no mundo todo. O cancelamento tal qual é praticado hoje começou a se popularizar em 2019. As redes sociais tiveram um importante papel nesse meio, uma vez que o conteúdo publicado pode viralizar e alcançar rapidamente um grande número de pessoas. Muitos se acham verdadeiros juízes e se tornam especialistas nos mais diversos assuntos. (retirado de edicaodobrasil)
Texto III
No Congresso Nacional, o Projeto de Lei 1873/23, pretende incluir no Código Penal o cancelamento virtual e o linchamento virtual, que passam a ser punidos com pena de detenção e multa. A autoria é da deputada Rogéria Santos.
De acordo com o texto que está sendo analisado, “é definido cancelamento virtual como a prática que viola a honra ou imagem de alguém por meio de redes sociais ou de qualquer outra interação virtual”. A pena prevista é de seis meses a dois anos de detenção. Se praticado com o uso de contas que escondem a identidade real do usuário (perfil falso), a punição será de nove meses a três anos de detenção.
A pena é ainda aumentada, de um terço a metade, se a prática envolver grupo formado por duas ou mais pessoas.
No caso do linchamento virtual, que é definido como ameaçar alguém por meio de redes sociais ou por outro meio de interação virtual, a pena de detenção será de 1 a 3 anos, mesmo se praticado com o uso de contas falsas.
No entendimento da deputada, “os discursos de ódio na internet surgem com a justificativa de representarem a liberdade de expressão de pontos de vista. Para ela, no entanto, esses comentários têm a capacidade de fragilizar pessoas, evidenciando nelas traumas, deficiências emocionais, e desencadeando problemas de saúde mental e social”. (Fonte: Agência Câmara de Notícias)
(retirado de globo.com)
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Com base na leitura dos textos motivadores apresentados e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema:
“Impactos do cancelamento virtual na saúde mental dos brasileiros”
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Envie sua redação
A Faculdade Invictus está de acordo com a LGPD. Seus dados serão usados apenas para fins de agendamento da prova.
Envie sua redação
A Faculdade Invictus está de acordo com a LGPD. Seus dados serão usados apenas para fins de agendamento da prova.